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Estudantes recebem Moção de Congratulação da Câmara Municipal de Vereadores

Publicado: Sexta, 25 de Março de 2022, 09h02 | Última atualização em Sexta, 25 de Março de 2022, 17h06

Estudantes meninas são condecoradas por atuação junto a mulheres em situação de vulnerabilidade social

No dia 08 de março – Dia Internacioanl da Mulher – sete estudantes meninas do Campus São Mateus (turma do 1º MIN) receberam uma Moção de Congratulação na Câmara Municipal de vereadores de São Mateus pelas ações desenvolvidas no projeto Segue o Fluxo.

Na oportunidade, solicitaram àquela instância a criação de políticas públicas que assegurem o acesso a itens básicos de higiene e saúde, e ainda, que promovam medidas educativas que orientem, desmitifiquem e promovam a saúde das pessoas que menstruam. O pedido é legítimo porque cuidar da saúde menstrual é oferecer dignidade e respeito às pessoas que menstruam, é promover dignidade menstrual para meninas e mulheres.


Projeto Segue o Fluxo

O Projeto Segue o Fluxo foi idealizado e fundado pela estudante do Ensino Médio, Ana Luíza Rodrigues Carvalho Botelho. É um projeto social que arrecada e distribui absorventes íntimos a estudantes em situação de vulnerabilidade social no município de São Mateus. O projeto conta com a participação de dezenove meninas, que se sensibilizaram com a realidade de estudantes que não possuem acesso a itens básicos de higiene pessoal. O projeto, de forma ampla, é o trabalho e esforço das jovens estudantes unidas pela luta de direitos das mulheres.

Integram o projeto Segue o Fluxo: Ana Luiza Rodrigues Carvalho Botelho, Maria Eduarda Fernandes Motta, Giovana dos Santos Capucho, Luisa Pezzin Sampaio, Raissa Gonçalves Livio Rocha, Amanda Horn Lopes e Sarah Garcia Mendonça Pereira - todas estudantes do 1º ano do Curso Técnico em Mecânica Integrado ao Ensino Médio do Campus São Mateus.


Pobreza menstrual

Segundo o estudo “Pobreza Menstrual no Brasil” realizado pela UNICEF em 2021 mais de 1 milhão de meninas não têm disponibilidade de papel higiênico nas escolas, 713 mil meninas não têm acesso a banheiros em suas moradias.

Conforme a antropóloga e pesquisadora Mirian Goldenberg, aproximadamente 29% das mulheres revelou não ter tido dinheiro para comprar produtos higiênicos para o período menstrual em algum momento de suas vidas. Nas classes D e E, esse índice é ainda maior, 33%.

A Organização da Nações Unidas (ONU) estima que, no mundo, 1 em cada 10 meninas falte à escola durante a menstruação. No Brasil esse índice é ainda pior. Uma em cada quatro mulheres já faltou à aula por não poder comprar absorventes. Quase metade destas (48%) tentaram esconder que o motivo foi a falta de absorventes e 45% acredita que não ir à aula por falta de absorventes impactou negativamente o seu rendimento escolar. Três em cada quatro afirmam que o período menstrual impacta negativamente sua confiança pessoal. Para as meninas que não tem acesso à absorventes, o impacto na confiança é ainda pior e cria um ciclo autodepreciativo: ao faltar às aulas, elas deixam de participar dos trabalhos prejudicando seu rendimento escolar, deixam de participar de atividades artísticas e esportivas, que contribuem no aumento da confiança e das habilidades e consequentemente afeta e degrada ainda mais a sua autoestima.

A Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, em seu 25º artigo afirma que “Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde e bem-estar”. Assim, do mesmo modo que o direito à saúde é inseparável do direito à vida, falar da menstruação e vivê-la de forma digna é um direito à saúde, considerando que menstruar não é uma escolha.

Da mesma forma, o artigo 7º do Estatuto da Criança e do Adolescente prevê o direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. E ainda o artigo 8º menciona a importância de assegurar a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher.

A pobreza menstrual não pode ser entendida como um problema individual ou pessoal. Ela é uma questão de saúde pública, e também de educação, por afetar o processo de escolarização de tantas meninas no nosso país.

 

Estudante Ana Luíza Rodrigues Carvalho Botelho

 

 

Conheça mais sobre o Segue o Fluxo no Instagram do projeto: @segueofluxosm

 

Fonte das informações: Projeto Segue o Fluxo Crédito

Crédito das fotografias: Câmara Municipal de vereadores de São Mateus

 

 

 

 

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